quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Estações da Vida



Escancarou-se o mundo a sua frente. Exatamente como haveria de ser. Não esperava que fosse tão cedo, tão rápido, tão intensamente fluindo. Daqui a um tempo, talvez. Não agora. Mas aconteceu, por um vacilo do destino, por um breve momento de ansiedade, que subitamente antecipou-se e desavergonhadamente revelou-se.

Agora estava ali, na sua frente. E diante de seus olhos, talvez nem ele acreditasse. Um equilíbrio instável tomou conta de si, em um limiar que a qualquer momento penderia para algum lado. Mas confiava na nova linha do tempo, a que fora redesenhada naquele instante, acreditava naquela nova ordem para os fatos.

Precisaria agir agora. E agiu.

Fez exatamente o que era pra ser feito e o que esperavam dele. Colocou os pontos em seus devidos lugares. Ordenou os planos na sequência determinada. E fez daquele outono, a melhor das primaveras.

Mas o universo, naquele momento, não conspirou a seu favor.

Por algum motivo que ele não conseguiria tão cedo entender. A vida tem dessas coisas, foi o que passou pela sua cabeça. Só mais um eufemismo para uma profunda decepção, internamente velada. Calou-se.

O mundo não estava preparado, ainda estava rodando e rodando e rodando e não mudaria seu curso para aquela ironia. Uma simples ironia. Não fora a vida que havia se antecipado diante de seus olhos, era ele quem estava em outra sintonia, inquieto como sempre. Ficou o aprendizado. Paciência é uma virtude que ainda estava desenvolvendo.

Há de aguardar o próximo outono, e esperar que as folhas simplesmente voem pelo seu caminho. Exatamente como há de ser...


Foto: [Marcela Condurú]

2 comentários:

Marcela Condurú disse...

Égua, tu tas um poeta hein?
Paixão é?
AUHuahuAHUhauhUA

A minha foto deu um Q a mais ao texto!! =X

Adorei, pra variar!

Victor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.