sábado, 19 de setembro de 2009

A Vida é feita de compras


Você é o que você compra, definitivamente. Aceita para sua vida aquele item, aquela ideia. Adquire a personalidade daquilo, o jeito, as cores, todos os atributos e descrições e perfis que vêm juntos na compra. Nada de metáfora aqui, estou falando de coisas. Coisa: s.f: Bem material de valor ou não.

Comprar pipoca no cinema é fácil. Você tá ali no balcão das comilanças e a atendente manda: “Mais $3,50 e leve o combo médio!!!”. Você nem pensa muito, no máximo dá uma olhada pra sua companhia, vendo se ela concorda. Pronto, é fácil deduzir que você adora uma promoção sem pensar. E tem aquele que chega na sala com um milk-shake de chocolate, com aquela calda escorrendo dentro do copo e ainda acompanhando um pacote de ruffles de cebola e salsa. Não é qualquer um que consegue fugir do clichê cinematográfico! É alguém que realmente decidiu o que queria comer naquele momento e que deve ser cheio de impulsos comestíveis ou, no mínimo, com manias suficientes para sempre comprar a mesma coisa.

E o que dizer de quem vai à feira, domingo de manhã, comprar verduras e legumes? A pessoa já passa dos 30. Só o fato de acordar cedo no dia mais preguiçoso da semana já denuncia o peso da idade. Se o indivíduo sai pra baladones no sábado, chega na madruga em casa e, ainda assim, levanta no outro dia pra ir comprar tomate e brócolis, é porque deve ter alguma coisa trocada nesse aí. “É que a hiperatividade bomba”, “Ahh, é que eu moro só”, “Que nada, é porque sou super saudável”. Isso tudo é eufemismo. Você tá velho meu amigo, aceite essa condição!

Há quem diga que só vai bem ali comprar cigarro e que nunca mais volta. Há aqueles que só compram cerveja, outros que são adeptos da vodka com redbull, do whisky, tequila com limão, caipirinha de morango... Dá pra perceber a personalidade do ser pelo nível da bebida que ele compra, porque comprar da cachaça mais barata e aquela tubaína de laranja já diz muito sobre você.

A livraria é um lugar seleto. Ou ao menos deveria ser. Chegue próximo a alguém e veja o livro que está segurando. De Agatha Christie a Paulo Coelho, passando por Harry Potter e Crepúsculo. Lamento, o livro que você compra praticamente escancara quem você é! Ninguém chega do nada e pensa, “Ahh, que vontade de ler ‘Teorias do universo em expansão’”. Ninguém! E se você lê “Os 127 passos para uma vida feliz!”, lamento mais ainda.

São coisas que a gente compra por aí e que definem um pouco do que a gente é. Se acabou de receber o salário e já pensa “Vou comprar aquele Box do ‘De Volta para o Futuro’”, possivelmente esse box vai se juntar ao do “Senhor do Anéis” na estante. Ou então se pensou “Ahh, vou tirar uns dias de férias na Polinésia Francesa”, você tem realmente muito a comprar e é bem capaz de trazer da viagem aquela prancha de surf como lembrança, que vai ficar o resto da vida encostada na sala.

E ainda tem aquele pensamento melhor ainda...“Não vou comprar nada!”. É, tem aqueles que não compram nada. Preferem poupar, pensar no futuro, fazer coisas em longo prazo ou absolutamente não abrem a mão! “Não vou pagar $1,30 num café!!! De jeito nenhum!!! Não vou!!!”, “Ahh, $4,50 só pra entrar??? Mas não mesmo!!! Só porque tem um carinha tocando uma música aí??? Não conte comigo!!!”

É, você é o que você compra. Ou o que você não compra. Definitivamente.